quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Extrato de raiva


Espero que deixe-me em paz
E à minha amada também
E espero que tu morra
Não literalemnte
Mas para o mundo
Que fique oca
E vazia de sentimentos verdadeiros
Que seja recheada de angústias e arrependimentos
Que viva no passado
Tentando apagar o presente
Que suma do coração dos outros
Que evapore no ar do mundo real
E que sinta falta de tudo que tem hoje
Que sinta falta do aprendizado que nunca aconteceu
E que viva
Que viva todos os dias da vida
Tentando provar para si
Que esta melhor do que nunca
E que morra de velha
Para só assim
Poder ver as ferrugens
Que ficaram no fundo daquele quarto
Que um dia tu chamou de mundo
Sentindo o gosto laranja e oxidado do passado
E chorando em cima do que perdeu
E do que nunca mais vai ter

domingo, 25 de novembro de 2012

Será a última vez


Meu passado é minha maior cruz
Me reduz a cinzas de um fogo que produz
Tantas magoas e pesadelos
De apelos que eu nunca cumpri

Meus pés não cansaram
Pois eu nunca sai do lugar
Só as palavras que acabaram
Não tenho mais o que falar

Só tenho a esperar
Que um dia eu possa me encontrar
E começar a andar
Sem desculpas pra contar

Mais uma caminhada
Só mais essa, eu só peço que acredite em mim
Eu sei que eu não mereço
Mas prometo que será o fim

Será a última vez
Que eu tento existir em alguém

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os meus, os seus, e os nossos campos


E eu a amo
Sim senhor
Sei que não me engano
Quando sei que a amo

Sei que nesses campos verdes
Só posso andar com ela
Em minhas mãos
E em minha vida

Não há maior certeza
Do que a que eu encontro em seus olhos
E não há maior alívio
Do que o que eu encontro no seu sorriso

Não há maior amor
Do que o que ela desperta em mim
Não há maior saudade
Do que a que fica quando ela vai sem mim

Não há maiores campos
Do que os que ela fez crescer
Nem melhores ares
Do que esse que respiro

Tampouco melhor vida
Que algum dia desejei pra mim

domingo, 28 de outubro de 2012

Talvez


Talvez seja só o vento
Que canta na minha janela
Talvez sejam apenas passaros

Talvez esse som tão leve
Que vem da minha cabeça
Seja o som do alívio

Talvez eu tenha mudado
Agora sou o que sempre fui
E nunca deixei de ser

Talvez eu esteja errado
Em ser assim como sou
Mas talvez não

Talvez eu tenha que parar de ter dúvidas
E sorrir com o que tenho hoje
Como faço todos os dias

Sorrir quando acordo
Sabendo que vou sorrir para aquele sorriso
Que vale o mundo para mim

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Todos já tiveram uma "Sophia"

Não exatamente com esse nome
Mas com as mesmas atitudes
Cheias de desvirtudes
Que finge que te ama e some

A falecida "Sophia"
Agiu sempre como tal
Agiu como "Sophia" até o final
e nem se chamava Sophia

Arremessadora de coraçoes
Essas "Sophias"
Colecionando ilusões

Em sofrimento por todas as vias
Bom que morrem cedo
Essas "Sophias"

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Já quis voltar um dia
Para uma lembrança vazia?
Cheia de erros para se consertar
E arrependimentos para curar?
Voltar sabendo o que fazer
Voltar sabendo o que dizer?
Para promessas antes vazias cumprir
E a ansiedade do coração suprir?
Para falar com sinceridade
Um "eu te amo" de verdade?
Hoje não, lamento
Não é relembrar que vai aliviar teu tormento
Mas sim, apagar todas essas ansias
No brilho eterno de uma mente sem lembranças

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Somos quem podemos ter

Será que ele tem
A mesma sorte que eu?
De ter alguém como ela
Alguém que lhe seja o mundo

Que seja a voz que ele fala
As canções que ele canta
As notas que ele toca?

Os poemas que ele escreve
O ar que ele respira
O sangue que lhe ferve?

Que seja o piso na sua sala
O lençol no seu quarto
E a cortina da janela?

Que o seja tudo
Como tu é pra mim?

Espero que ele tenha
Essa sorte que eu tenho
Se a tiver é feliz como eu

Se a tiver é completo como eu
Se ele tiver um amor assim
É vivo como eu, ao lado teu

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Reflexo de soneto

Folhando meus poemas antigos eu vi
A estrada que os meus pés pisaram
Para chegar aqui

Olhando os meus sofrimentos
Vejo que já não os sinto mais
Não como naqueles momentos

Eu deixei tudo para ela
E sei que eu fiz certo
Por que aquilo tudo é de fato, dela
Não quero mais nada por perto

Vivo tão bem agora
Pois achei o meu caminho
O que é ruim foi embora
E o resto é carinho

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Chuva


Escrevo escutando a chuva cair
Como faz barulho o trovão
Esse céu que não para de rugir
E água que não para de cair no chão

Ouça cada gota que cai no chão
Faça de conta que quando caem
É um "eu te amo" que eu digo

Por que talvez a chuva consiga dizer
O que eu não consigo
O que não não existe vocabulário para escrever

Mas com certeza não existem
Pingos o suficiente caindo do céu
Para dizer o quanto eu te amo

domingo, 16 de setembro de 2012

Azul Celeste 22

Já ouviu falar de loucos?
Com certeza já
Pois não são poucos
Os loucos que há

Mas o que é ser louco afiinal?
Ter uma mente perdida
Ou uma mente genial?

Talvez nem eles saibam falar
Eles, os loucos
Do que a loucura lhes faz pensar

Não há números que calculem
O que ser louco deve ser
E nem nomes que nomeiem
O quanto se pode enlouquecer

Mas como há loucos no mundo senhor
Quem sabe eu seja um deles
Eu que não sei o meu valor

Louco de amor
Por escrever poemas
Ou um louco sem dor
Que vive sem problemas

É louco quem é diferente
Quem tem outra mente
Quem pensa diferente
Quem pensa, realmente

São loucos os que falam dos loucos
E os que dizem que não são
No final é todo mundo louco
Cada um de seu jeito, mas todo mundo louco

Cada louco com sua loucura
Cada loucura com seu louco

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Poema debaixo da árvore

Estou a esperar a minha menina
E o céu pôs a se abrir
Pois não há no céu, neblina
Que o sorriso dela não faça sumir

Sentado aqui já sinto ela
Ao meu lado
Sentado aqui já ouço ela
Do meu lado

Escrevo enquanto espero ela
Espero o dia para ver
O sorriso dela

Sinto ela enquanto espero
Vejo ela quanto escrevo
Espero ela aqui, sincero

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pobre do meu armário

Denovo aconteceu, sons e mais, sons brutais de impacto e agressividade que saiam do meu quarto, pobre do meu armário....Fazia tempo que eu não saía do sério assim, que o meu quarto ou qualquer cômodo da casa pareciam sacudidos por um furacão, um furacão de raiva, de cólera. Eu juro que eu tento melhorar, mas é tão forte que me cega e eu não penso em mais nada, logo o sangue esquenta e o controle não existe mais. Socos e mais socos em objetos que nem estão no assunto, o meu armário, uma mesa ou uma cadeira jogada no chão, todos vítimas dessa fúria que me é herança de família, apenas meu pai tem a proeza de controlá-la por um bom tempo. Como eu odeio essa característica minha, se eu podesse apagar qualquer coisa de mim, seria isso, seria essa coisa, que me faz parecer tão ignorante, impulsivo e violento, como um lobisomen, mas sem os dentes e garras, talvez com os pelos. Pelo menos a raiva passa rápido e tudo volta ao normal, talvez eu seja bipolar, eu simplesmente não consiga não ficar feliz por muito tempo, quem sabe não é. Espero realmente um dia conseguir inibir isso de mim, essa maldição que eu odeio tanto que vive dentro da minha família, espero que isso tudo seja lembrança e depois uma conquista por ser apenas lembrança.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Auto Análise


Eu devia estar estudando, e Isadora vai me xingar por não estar. Mas eu não posso deixar essa idéia sumir, a idéia de fazer essa reflexão, ainda esta fresco na minha cabeça o porque de querer faze-la. Então eu sento aqui, escuto música clássica para relaxar, com essas roupas caseiras tentando entender a minha cabeça, que pelo jeito não entendo tão bem quanto eu pensava...Como que eu sei? Descobri ontem, na casa da Isadora enquanto via um filme(Across the Universe), um musical (Um bom filme, com músicas boas). Mas entre todas as músicas do filme, apenas a última me toca o coração de uma maneira diferente, abre minha mente como se ela estivesse fechada por muitas primaveras e a música fosse a chave que eu teria perdido entre os entulhos e bagunças de minha mente.

“All You Need Is Love” era a música e a frase que ecoavam em minha cabeça, como um mantra o ritmo e letra dançavam nos meus olhos enquanto deslizavam suavimente sobre meu rosto tão molhado de lágrimas, eu chorava de felicidade, por ter tido aquela realização tão grande, tão verdadeira e tão libertadora. Eu sentia orgulho de mim mesmo, e pelo peso e valor que aquilo mostrava na minha cabeça, eu percebi que nunca tinha sentido tal coisa...Fiquei triste e feliz ao mesmo tempo, triste por ver que eu nunca tinha conseguido sentir um orgulho tao verdadeiro de mim mesmo até aquele momento ao lado da minha amada. Ah minha amada, foi ela que fez isso por mim, por ela eu estava feliz naquele momento, acima de triste, feliz.

Ela era a materialização de todo o sentimento da música, do orgulho pessoal e da satisfação de ver quem sou e sorrir, Isadora se tornou a única escolha que eu teria feito até então que era certa, e absolutamente certa. Durante toda minha fase de amadurecimento e concretização da minha personalidade e jeito de ser eu ainda não tinha certeza de que era certo ser como sou, tinha dúvidas ocultas que só fui descobrir agora mas que estavam ao meu lado a muito tempo. Dúvidava que eu podia estar errado, que sendo como eu sou, nunca iria conseguir nada significante.
Que tem o filme a ver com isso? Tudo! A simples frase “tudo que você precisa é amor” resumia o que eu pensava sobre a minha pessoa, nesse pensamento eu viro para o lado e lá está Isadora, que olha para meus olhos úmidos e tenta fingir que não quer chorar, mas eu percebo carinhosamente. Nesse momento eu olho e penso que aquela pessoa, aquela pequena pessoa, era uma das pessoas mais importantes na minha vida, no momento, a mais importante de todas, e isso me ficava tão claro na hora. Então nessa claridade me surge esse sentimento estranho e novo, o orgulho bate a minha porta e me chama para abraça-lo, por isso eu choro, choro por que abraço o orgulho de ter feito a coisa certa do meu jeito, de ser feliz e fazer Isadora feliz, nunca fui tão feliz, eu abraçava forte o orgulho, era quente como uma almofada muito tempo exposta ao sol, mas também macia como tal.
Finalmente eu sentia orgulho de existir, prazer na minha existência e esperança no meu futuro. Eu sentia o prazer de ter feito a escolha certa, sentia satisfação por saber por palavras da própria Isadora que eu moldei seu sorriso como ele é hoje (E não poderia ser mais bonito). Eu sentia bem estar em saber que aquilo tudo era pelo meu esforço, por não ter desistido em nenhum momento de ser quem eu sou e continuar acreditando em dias melhores. Minha vida tem sentido, e eu sinto isso de verdade agora, graças à Isadora me sinto vivo finalmente.


(30/08/12)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Bom Humor

Essa semana parei para perceber que eu já escrevi muitos poemas (Mais de 90) sobre muita coisa, bons ou ruins, tristes ou felizes, enfim, são muitos e muitos versos com e sem rimas que talvez devem ser compartilhados. Com essa ideia que eu penso em postar pelo menos um deles agora, mas não sabia bem qual escolher entre eles todos. Ainda não tendo certeza, eu deixo aqui um dos meus primeiros poemas, com certeza não é o melhor, nem o pior (Quase isso) deles. Um poema sobre o bom humor (Tão constante atualmente) e a dificuldade de  manter essa virtude constante. Tudo bem que ele parece aqueles saiu direto de um daqueles "Poemas no ônibus" (O que eu acho uma droga), mas mesmo assim tem um significado diferente por ser o primeiro de tantos outros que não abrirei mão de botar aqui também.


*Bom Humor*

Bom humor
Que horror
Esse bom humor

Nada mais é o bom humor
Do que o rumor, que você tem valor
Mas que horror
Esse bom humor

O meu vem do amor
Do calor e da falta de dor
Mas para os outros isso não tem valor
Esse meu bom humor

Tanto que fazem questão de tirar meu calor
Mas que horror!
Esse calor
Esse bom humor

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Bem...Criei um Blog

E eu não o faço por sugestão de ninguém, só parei pra pensar que nunca tinha feito coisa parecida, o que é estranho para alguém que escreve tanto (Quantidade) quanto eu. Mas agora, por que esse nome? Por que uma música do Tavares vem a ser o título do meu recém nascido blog? Não sei bem, para ser sincero. Pode ser por entre essas três palavras estar a palavra "sinto", que vem de sentir, que basicamente é o que me faz escrever, a gasolina /álcool /diesel da vida de muita gente, enfim, sentir. Já o "muito" pode ser usado para uma característica minha: "sentir muito", mas não de se lamentar, de sentir com intensidade e quantidade, de sentir como um sentimental como eu, afinal quem é mais sentimental que eu?
E o "blues"? Ah o blues...Música, ah a música. Blues nada mais é do que o tipo de música mais sentimental que existe, que toca cada ouvinte de uma maneira diferente e pode provocar reações diversas. Novamente uma característica minha, gosto muito de música, não há vida sem ela, não há felicidade nem tristeza, não há nada. Então, por que esse título? Talvez ele defina uma parte de mim, a parte que mais vai rechear esse blog, não de notícias, nem de fatos, ou de críticas de qualquer coisa, não. De sentimentos, bons ou ruins, sentimentos que valem a pena ser contados por razões que talvez nem eu saiba.
Sendo meu primeiro post, só peço para mim boa sorte e que você também, sinta muito o blues.